terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cadarços e suas representações dentro do Skinhead.


Para o skinhead, parte essencial de seu estilo de vida se baseia nas botas. Não que ela tenha sua importância patrocinada pelo status de alguma marca, mas, pelo simbolismo. Mesmo alguns skinheads com estilo casual, calçando seus tênis para ir a rua, tem sempre uma bota quentinha guardada pronta para ser usada.Embora pouco seja aplicada hoje em dia algumas cores de cadarços tem suas representações bem características.Vamos citar algumas.







CADARÇOS PRETOS: O cadarço preto é usado por aqueles que a pouco tempo entrou para o grupo e ainda não mereceu ou foi presenteado pelo grupo com os seus cadarços brancos.É usado desde SHARP ao RASH. Quanto do TRAD ao bonehead.






CADARÇOS BRANCOS:Esta cor é a mais comum de todas as cores para os skinheads.Ela representa que o grupo aceitou presenteando com o cadarço branco e que agora ele pode ser chamado de skinhead. Também usado por todos. Alguns neo-nazi afirmam que esta cor representa uma bota negra enforcada pelo laço branco. (e ainda se dizem inteligentes.)










CADARÇOS VERMELHOS:Para o SHARP ou RASH a cor vermelha simboliza uma tendência comunista.Alguns apolíticos (não ambíguos) ou mesmo antifascistas usam esta cor afim de afirmar que estão aberto para briga ou que já se envolveram com algo mais perigoso. Raramente vê-se um TRAD com esta cor.






CADARÇO AMARELO OU DOURADO:A cor amarela ou dourada representa o skinhead anarquista. Geralmente está integrado ao RASH ou especificamente ao FASH.





*** Existem outras cores de cadarços como o azul para os Straight Edge, o rosa para o gay ou queer skins, o roxo para feminista, mais estes são os mais comuns e mais usuais. ***

Texto : http://sharpbrasil.blogspot.com/ (blog muito bom...)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Skinhead

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Skinhead é o nome de uma subcultura caracterizada pelo corte de cabelo muito curto ou rapado (há algumas exceções), um estilo particular de se vestir (que costuma incluir botas e/ou suspensórios), o culto à virilidade, à violência, ao futebol e ao hábito de beber cerveja. A cultura skinhead é também ligada à música, especialmente ska, skinhead reggae e Oi!, mas também punk rock e hardcore. Suas origens remetem ao Reino Unido na década de 1960, onde são proximamente ligados com os rude boys e os Mod da Inglaterra.


Histórico
As primeiras manifestações desta cultura ocorreram por volta de 1967, alcançando o seu primeiro auge em 1969. Este período é chamado nostalgicamente pelos próprios skinheads como "espírito de 69" (ou "spirit of 69", termo cunhado na década de 1980 pela gangue Spy Kids). Eram majoritariamente formados por brancos e negros (estes últimos em sua maioria imigrantes jamaicanos) que frequentavam juntos clubes de soul e reggae, andavam em gangues e se vestiam de uma forma muito particular, em especial pelo corte de cabelo muito curto (daí o nome skinhead, que traduz-se grosseiramente como "cabeça pelada"). Os skinheads ganharam notoriedade nos jornais e na cultura popular da época por muitos deles promoverem confrontos nos estádios de futebol (o chamado hooliganismo) e alguns deles participarem de agressões contra imigrantes paquistaneses e asiáticos. No entanto, muitas das gangues xenófobas anti-asiáticos detestavam os grupos neonazistas e repudiavam o racismo contra negros, como foi o caso da gangue da década de 1970, Tilbury Skins, fundadora da Liga Anti-Paquistaneses e no entanto um grupo anti-nazista. Numa entrevista do livro Skinhead Nation, Mick, membro de uma das gangues skinheads Trojan, diz:
"Não há como sermos nazistas. Meu pai enfretou nazistas na guerra. Todos nossos pais enfrentaram. A APL [Liga Anti-Paquistanês] é diferente. Só porque eu odeio paquistaneses, isso não me torna um nazista!".


No final da década de 1970 houve uma "segunda geração" skinhead, decorrente da agitação provocada pela cultura punk e que acabou desencadeando um grande interesse por outros movimentos juvenis do passado, como os mods, teddy boys e skinheads. A geração anterior ("espírito de 69") tinha como uma de suas características a ligação com a música jamaicana, principalmente o reggae, o rocksteady e o ska. Com o surgimento da "revolução musical" do punk rock e sua ética de faça-você-mesmo, muitos skinheads se agregaram ao emergente street-punk (então uma vertente anti-comercial do punk) e deram origem ao estilo Oi!, que abrange tanto os aspectos musicais quanto culturais. Isso no entanto não significou o abandono do reggae e do ska. Nos anos 1980 muitos skinheads tornam-se grandes adeptos do ska chamado "Two Tone" ("dois tons", em referência às cores preta e branca — simbolizando a união de raças).


Fragmentação
A partir da década de 1980, a constante pressão da mídia acerca da infiltração do preconceito racial dentro da cultura skinhead (infiltração promovida por uma política deliberada do partido de extrema-direita National Front), somada ao surgimento de um engajamento político dentro desta cultura (tanto à esquerda quanto à direita, além do anarquismo) resultou na fragmentação em vários submovimentos rivais. Desde então, constantemente estes grupos não reconhecem uns aos outros como verdadeiros representantes da cultura skinhead, e é comum que cheguem a se enfrentar fisicamente. Entre os principais atritos estão as divergências explícitas como entre esquerdistas e direitistas, racistas e não-racistas, polítizados e apolíticos. Mas também há grande hostilidade entre grupos de divergência sutil como nazistas e integralistas, conservadores xenófobos e defensores de uma supremacia racial branca, anti-semitas e neonazistas.


Características
A cultura skinhead da década de 1960 era formada majoritariamente por jovens da classe operária britânica. O vestuário skinhead, com botas e suspensórios, reflete em certa medida a indumentária operária da Inglaterra desta época.
Existem diversas particularidades culturais e ideológicas que definem diferentes tipos de skinheads.
No aspecto geral:
· Os tradicionais, ou trads, que estão mais intimamente ligado aos costumes da década de 1960, especialmente a versão inglesa dos rude-boys.
· Os boot-boys (mais tarde chamados de skinhead Oi! ou simplesmente skinhead), forma exagerada e quase caricatural do estilo tradicional e que se tornou a vertente mais comum a partir da década de 1980.
·
· Os casuais são uma continuação da evolução skinhead, que evoluiram dos hooligans. O estilo ganhou força nos tempos em que se foi proibida a entrada de pessoas com botas dentro dos estádios de futebol, o que obrigou os skins fanáticos pela bolinha, e também, por brigas futebolísticas, a diversificar um pouco seu vestuário, trocando as botas pelo tênis. Com o passar dos tempos o visual dos casuais também evoluiu e ganhou características próprias, sendo utilizado como disfarce para brigas entre hooligans.
·
· Outros grupos de curta existência como smoothies, suedeheads, crombie boy e outros.
Nas divergências ideológicas (iniciadas na década de 1980):
· Os chamados apolíticos, que se alienam deliberadamente das questões ideológicas da cultura skinhead, travando relações com qualquer dos grupos abaixo (no Brasil, esse tipo é comum em Curitiba).
· Os white power (ou bonehead, como são chamados perjorativamente dentro da cultura skinhead) são defensores da ideologia neo-nazista ou racialista. Sua origem é o sucesso da banda neo-nazista Skrewdriver e a as ações das organizações também neo-nazistas National Front e British Movement que a partir de então aproveitaram da xenofobia (o chamado paki-bash, espancamento de paquistaneses e outros asiáticos) e nacionalismo despolitizado de alguns skinheads para organizar alguns indivíduos brancos num movimento branco-separatista.
· Os SHARP, abreviação de Skinheads Against Racial Prejudice ("skinheads contra o preconceito racial"), originalmente um grupo de combate aos white-powers e mais tarde, com a difusão do movimento racista, uma forma de identificar um skinhead como não-racista.
· Os RASH, Red and Anarchists Skinheads ("skinheads vermelhos e anarquistas"), que promoviam ideologias esquerdistas a princípio como mais uma forma de combate aos white-powers e mais tarde também como forma de combater o caráter direitista da fase politizada da cultura skinhead em geral.


Carecas
No Brasil existem os Carecas, estilo politizado de carácter patriota, ultra-nacionalista, conservador, fascista e/ou integralista que promove ações violentas contra homossexuais, esquerdistas, diferentes tribos urbanas (em especial àquelas ligadas ao pensamento de esquerda), drogados, neonazistas e em alguns casos judeus, prostitutas, e outras minorias. As principais gangues e a maioria dos indivíduos são anti-racistas uma vez que defendem a tese de que a identidade e raça original da população brasileira é a miscigenação de todas as raças, mas existem carecas indiferentes ou simpatizantes, em especial na região Sul e Sudeste do país, onde há um movimento de independência de caráter muitas vezes branco-separatista. As gangues paulistas Carecas do Subúrbio e sua dissidência, Carecas do ABC, se tornaram famosas na cultura popular devido a episódios de violência amplamente divulgados pela mídia. Alguns integrantes dos Carecas do Subúrbio nas comemorações de 1 de maio de 1988, unidos a membros da extinta Ação Integralista Brasileira e do Movimento Participativo Nacionalista Social, além de mais três entidades políticas de extrema-direita, entraram em confronto com manifestantes da organização sindicalista de esquerda CUT. Em 6 de Fevereiro de 2000, o adestrador de cães e homossexual Edson Néris da Silva foi espancado até a morte pela gangue Carecas do ABC, formada por 18 indivíduos, por estar andando de mãos dadas com seu companheiro, Dário Pereira Netto, que conseguiu fugir. Em 7 de Dezembro de 2003 os Carecas do ABC se tornam novamente notícia quando três de seus membros, no caminho de volta de uma reunião da gangue, obrigaram ameaçando com armas brancas dois adolescentes (Cleiton da Silva Leite, 20 anos, e Flávio Augusto Nascimento Cordeiro, 16, que vestiam camisetas com estampa de bandas de punk rock) a pularem pela janela do trem em movimento em que estavam, resultando na morte de Cleiton e no amputamento do braço direito de Flávio.
Em Portugal o termo também é empregado por skinheads patriotas, nacionalistas e conservadores de extrema direita, no entanto o nacionalismo defendido pelos carecas portugueses está profundamente ligado à ideologia da supremacia branca e ao neonazismo, uma vez que estes indivíduos afirmam ser a raça branca a origem e verdadeira identidade portuguesa.

Sharp

Originalmente, a SHARP começou em Nova Iork 1985/6, sendo a 1º crew a usar a sigla. Embalados pelo hardcore americano, a SHARP de NY tinha mais um sentido de "Unidade", e não de "revival" como muitos pensam, bandas como Iron Cross e Agnostic Front, foram influência e consequência da crew oitentista, até mesmo esteticamente com crucifieds e todo o visual já meio manjado hoje em dia. Nota-se também a influência do hardcore, a presença de membros Straight Edges na SHARP. Assim dando origem ao Skin Edge.

Os fundadores do SHARP NY, eram patriotas, mas não chegavam a ser de direita. Eles estavam mais voltados para o lado social do convívio deles no dia-a-dia, tanto é que os lemas eram mais para "United Blood" (agnostic front) que incluia não somente estereótipos como punk ou skinhead, mas sim uma unidade social e urbana.

O Agnostic front em 1986, em uma entrevista no meio do show, onde os entrevistadoras são skins também, fazem a pergunta, "agnostic front é uma banda skinhead?" e o vocal do agnostic responde, "não!", todos assustados com a resposta, pois no shows haviam muitos skins, ele completa, "não somos um rótulo, somos uma união, união sempre, todo mundo junto".

Em 93, a Sharp de NY, e todas as outras seções pelo mundo que se formaram, abrigavam comunistas e anarquistas, que eram boicotados pelos meios politizados pelo peacepunk e eram skins. Ocorreu a divisão e nasce a 1º seção R.A.S.H. do mundo, em três de janeiro, o motivo era que havia muitos "right-wings" (de direita) na sharp. Há rumores que tenha acontecido o assassinato de um homossexual em um desentendimento entre eles. APENAS BOATO!

http://www.myspace.com/ironcrossthefellas

myspace da banda Iron Cross de 80, 81 Washington D.C., a banda voltou a ativa, a banda fora um Ícone dos skins nos EUA, tanto que o tema Crucified, foram eles que o popularizaram, a banda nunca fora racista ou de direita, a cruz de ferro em sí não é um ícone de origem nazista, mas que os nazistas usaram da tradição da condecoração da cruz de ferro, que eram dadas aos soldados desde 1811.

domingo, 13 de setembro de 2009

Straighit Edge

Oque é o Straight Edge?

Como qualquer idéia, o Straight Edge tem tantas definições quanto adeptos. Cada pessoa adapta esta idéia às suas próprias experiências, condições de vida, posições ideológicas, etc... Mas também não é uma "festa da uva", na qual você pode distorcer o princípio original a seu bel-prazer. Por isso, pode-se dizer que: Straight Edge = hardcore/punk livre de drogas. Algumas pessoas acreditam que sua conduta sexual tem algo ver com o Straight Edge (além de não usar drogas, você não pratica sexo "promíscuo", "irresponsável", ou "casual"), outras acham que sexo e sXe (abreviação de Straight Edge) não têm abosolutamente nada que ver um com o outro. Outros acham que hoje em dia, por definição, o Straight Edge tem que ser vegetariano, mas a existência de adeptos comedores de carne contesta esta definição. Os motivos para adotar o Straight Edge variam conforme a pessoa. O motivo básico por trás da existência do sXe é o de desassociar o hardcore da auto-destruição, violência, danos à saúde ou quaisquer outros malefícios causados pelas drogas. Assim como todos têm o direito de escolher se bebem, fumam ou injetam substâncias em seus próprios corpos, as pessoas que escolhem não fazê-lo não deixam de ser punks ou hardcore por isso. Enfim, Straight Edge é baseado na idéia de que todos na comunidade punk/hardcore (e no mundo) devem ter a possibilidade de se sentirem à vontade, bebendo, fumando ou não. O Straight Edge contesta a idéia de que beber, fumar ou se drogar são atitudes rebeldes. A mídia e a cultura jovem vêm há décadas propagando esta idéia, de modo que até mesmo o punk no começo (em grande parte) via o consumo de drogas como parte integrante de um estilo de vida alternativo. O Straight Edge não concorda com esta associação. Isso não significa que pessoas que usem drogas estejam "erradas" (cada um se diverte como quiser), significa apenas que ninguém é mais "rebelde" por ter o hábito de alterar suas consciências usando substâncias químicas. De qualquer maneira, a definição mais abrangente, precisa e não relativista do termo Straight Edge é: pessoa envolvida com hardcore/punk que escolhe viver sem álcool, drogas (legais e ilegais), cigarros e afins, e assume a denominação.

Como surgiu o Straight Edge?
De onde vem o nome e o que ele significa? O Straight Edge surgiu aproximadamente em 1980, entre a cena punk de Washington D.C., a capital dos EUA (dã...). Os membros de uma banda chamada Teen Idles, todos menores de idade, odiavam o fato de que, por causa do consumo de álcool, quem ainda não tinha 18 anos não podia frequentar a maioria dos shows punks da cidade. E o pior de tudo, eles nem mesmo queriam beber. Ao contrário da esmagadora maioria dos punks da época, os Teen Idles não achavam que a atitude niilista e auto-destrutiva associada ao consumo de álcool e drogas eram uma obrigação do movimento. Ao mesmo tempo em que as drogas e o álcool eram exaltados no punk da época, para os Teen Idles, seu (ab)uso só trazia coisas ruins ao movimento: menores de idade eram excluidos dos shows pois as casas vendiam álcool, bêbados sempre causavam brigas, membros talentosos e inteligentes de bandas morriam ou se tornavam zumbis apáticos de tanto se drogar, e por aí vai. Para eles, parte da atitude "faça você mesmo" do punk envolvia o indivíduo ter pleno controle de seu corpo, mente e atitudes, e para isso as drogas eram um obstáculo. Então, em torno da banda, toda uma turma de jovens punks foi se formando, e algo como um "mini-culto" foi surgindo. Um belo dia, a banda estava fazendo o lay out da capa de seu primeiro (e único) disco, o compacto "Minor Disturbance", e o baterista Jeff Nelson pegou um esquadro (aquela régua em forma de triângulo) e, meio brincando, comparou a retitude e os ângulos retos do objeto com sua postura firme e "careta" de vida. Esquadro em inglês é "straight edge", e dessa maneira, Nelson apelidou a turma de punks "caretas" de "Straight Edge Punks". Pouco depois, no final de 1980, os Teen Idles acabaram, e dois membros , Jeff Nelson e Ian Mckaye formaram uma nova banda , que iria levar o Straight Edge um passo além. Ian Mckaye conta que queria chamar a nova banda de "Straight Edge", o que os outros membros vetaram. A banda então, se chamou Minor Threat. Após poucos meses, eles lançaram seu primeiro compacto (por sua própria gravadora, a Dischord) onde havia uma música chamada "Straight Edge", cuja letra resumia o estilo de vida adotado pela banda:

STRAIGHT EDGE

Eu sou uma pessoa como você
Mas tenho coisas melhores para fazer
Do que ficar sentado e foder a minha cabeça
Andar com mortos vivos
Cafungar merda branca para dentro do nariz
Desmaiar nos shows
Nem mesmo penso em bolinhas
É algo deque eu simplesmente não preciso

Eu tenho o Straight Edge

Eu sou uma pessoa como você
Mas tenho coisas melhores para fazer
Do que ficar sentado e fumar maconha
Porque sei que posso lidar (com a vida)
Rio de pensar em tomar tranquilizantes
Rio de pensar em cheirar cola
Sempre estarei em contato
Nunca quero usar uma muleta

Eu tenho o Straight Edge

Como muitos de vocês devem estar cansados de saber (e muitos outros também não devem ter idéia...), este, e todos os outros discos do Minor Threat se tornaram clássicos do punk rock e ajudaram a definir o hardcore. Como a banda se tornou uma das mais populares do underground norte-americano, fazendo turnês e tendo seus discos distribuidos por todos os EUA, logo a idéia do Straight Edge se espalhou muito além dos limites de Washington D.C., e outras bandas e pessoas adotariam a postura, inicialmente nos EUA, e após alguns anos em países de todos os continentes.


O termo "Straight Edge" pode ser traduzido para o português?

Apesar de nestes anos todos ter visto traduções muito ruins (algumas beirando a estupidez), acho que só há dois caminhos a seguir para saber o que o nome significa em português ao pé da letra: um é o esquadro, que citamos acima. Outro, menos literal, mais poético, é a partir dos termos Straight e Edge. Edge, além de beirada, limite, significa também raiva, nervosismo, enfim um sentimento intenso. E "Straight" além de significar "reto" literalmente, também quer dizer "careta" (no sentido de "livre de drogas"), "correto", "direito", "quadrado". A partir daí, podemos ver como o termo adquiriu, talvez sem querer, uma interpretação diferente, algo como uma "raiva careta". Ou seja, a mesma "raiva", o mesmo "edge" do punk, mas uma raiva careta, sem drogas. Ou, em inglês, um "straight edge". Mas a tradução mais correta, precisa e objetiva sempre será a historinha do esquadro. De qualquer maneira, traduzir trocadilhos e expressões idiomáticas estrangeiras é quase sempre uma missão impossível (ou pelo menos, pouco recompensadora). Por isso, vamos em frente.

O que significa o X?

O X, adotado como símbolo universal do Straight Edge, tem a seguinte origem: os Teen Idles, em 1980, fizeram uma viagem à Califórnia, onde tocaram dois shows (em Los Angeles e São Francisco) e ganharam no total, a fortuna de 45 dólares (hehehe, punk é isso aí). Em São Francisco, a casa onde eles tocaram, tinha a política de deixar menores de idade entrar desde que eles tivessem suas mãos marcadas por um X de pincel atômico. Desta forma, o barman saberia quem poderia e quem não poderia comprar bebidas alcólicas. Os Teen Idles acharam a idéia engraçada (e útil, pois dessa forma todos poderiam ver o show) e levaram ela de volta a Washington. Lá, sugeriram aos donos de casas noturnas que fosse feito o mesmo, para que os menores pudessem entrar. Mas, como ironia, demonstrando que não só não podiam, como tampouco queriam beber, muita gente começou a fazer o X espontaneamente, e mesmo quem era maior de 18 continuou usando, tanto para expor sua postura, quanto para demonstrar solidariedade aos menores. Com o tempo, o X acabou por se tornar o símbolo do Straight Edge, indo parar em nomes e logotipos de bandas, camisetas, tatuagens, etc...

Todo Straight Edge usa X? Por quê usar o X?

Não, nem todo Straight Edge usa X. Muitos vêem o Straight Edge como uma postura estritamente pessoal, que não precisa ser divulgada aos outros. Outros gostam de expor seus pontos de vista. Assim como muitos anarquistas usam broches ou camisetas com o A, vegetarianos escrevem slogans na mochila e pessoas em geral usam camisetas de suas bandas, causas políticas ou campanhas ecológicas favoritas, Straight Edgers mais convictos usam X na mão, camisetas, tatuagens etc... O X na mão não é um símbolo de separação, da mesma forma que o A de anarquia ou a estrela vermelha não significam que seus portadores se considerem melhores, ou queiram distância de pessoas diferentes. É apenas uma forma de se expressar e tornar suas idéias visíveis.

O Straight Edge é um movimento?

Algumas pessoas podem achar que sim, mas eu pessoalmente não considero o Straight Edge um movimento. O Straight Edge é uma idéia, não um "movimento" organizado, com estatutos, leis, etc. Não existem "membros" do Straight Edge, existem adeptos desta idéia. Além disso, pessoas das mais diversas opiniões (além do básico hc/punk sem drogas) e estilos de vida se denominam Straight Edge, pelos mais diversos motivos. Movimento significa um agrupamento de pessoas com uma causa em comum, e o Straight Edge não possui um "objetivo", ou ao menos uma "causa" coletiva. É apenas uma idéia que pode ser útil e proveitosa para algumas pessoas. Talvez, difundir o Straight Edge seja para alguns o tal "objetivo" a ser alcançado. Mas a idéia primordial não era nada messiânico, que se propuzesse a solucionar os problemas do mundo. Era apenas uma forma de enchergar o punk e a própria vida. Algo que começa e termina no indivíduo se sentindo melhor e cuidando de sua própria existência de uma maneira (para ele) mais proveitosa. Por quê divulgar esta idéia se ela é individual? Porque é uma idéia que faz bem para muitas pessoas, e outros, conhecendo-a, podem se identificar e ter uma base de apoio. Se é bom para mim, pode ser muito bom para outras pessoas. Se não fossem straight edgers mais antigos divulgando a idéia, eu (e todo mundo) provavelmente nunca teria tido contato com ela. E por mais que não seja uma idéia com o objetivo de salvar o mundo, é uma boa idéia (ao menos para algumas pessoas), e nada é mais natural do que expor seus pontos de vista. Muita gente, inclusive, concorda com as idéias básicas do Straight Edge e age de acordo, mas prefere não assumir a denominação, por não se sentir à vontade com o rótulo, ou não querer se associar com determinadas pessoas, etc... Já que o motivo primordial por trás do Straight Edge é o indivíduo se sentir bem e agir de acordo com suas convicções pessoais a despeito das "regras sociais" (como os primeiros sXe fizeram, em relação à regra punk do uso de drogas), tornar o Straight Edge um outro conjunto de regras não faz sentido, e se a pessoa não se sente bem se dizendo sXe, o mais coerente é não assumir a denominação.

Qual é a relação do Straight Edge com o vegetarianismo?

Vegetarianismo = não comer carne de animais. Ao contrário do que se pensa, Straight Edge é uma coisa, e vegetarianismo é outra. A maioria dos Straight Edgers (no Brasil, quase todos) são vegetarianos, mas esta é apenas uma idéia adotada pelos Straight Edgers, não uma parte do Straight Edge em si. O vegetarianismo é uma idéia bastante discutida dentro do punk/hardcore, por diversas bandas, sXe ou não. Ian Mckaye, vocalista do Minor Threat, é vegetariano desde o início dos anos 80, mas nunca abordou isso em suas músicas, ainda que fale sobre o assunto em entrevistas. bandas punks/HC como Crass, Conflict, Antidote, MDC, Oi Polloi, Cro-Mags e muitas outras, já se manifestavam de alguma forma contra a matança de animais, antes da primeira banda sXe tocar no assunto. Portanto, é mais coerente falar do vegetarianismo como uma causa comum a todo o lado mais politizado, ou idealista do hardcore/punk, não apenas ao sXe. Na segunda metade dos anos 80, a banda Youth Of Today (uma das mais importantes bandas sXe de todos os tempos), passou a difundir o vegetarianismo, em suas músicas, camisetas e entrevistas. Com eles, muitas outras bandas da época (Insted e Gorilla Biscuits por exemplo), aderiram e logo o vegetarianismo se tornou uma tendência dominante dentro do Straight Edge. Com o tempo, os direitos dos animais foram se tornando mais e mais importantes na cena sXe mundial, e foram surgindo bandas Straight Edge cujo propósito principal era difundir o vegetarianismo e o veganismo. É importante deixar claro que dentro da cena punk/hardcore/straightedge, o vegetarianismo sempre teve como motivo principal a ética. Apesar dos benefícios à saúde, o estilo de vida vegetariano sempre foi adotado e difundido em nome do bem estar dos animais, do meio ambiente e da economia. Apesar da enorme popularidade do vegetarianismo dentro do Straight Edge, a causa dos direitos dos animais é para qualquer pessoa, independente do gosto musical, idade, corte de cabelo, se bebe ou fuma, etc... O vegetarianismo é uma questão de consciência, não uma "obrigação" para quem quer ser sXe. Um adepto do Straight Edge não tem mais obrigação de ser vegetariano do que qualquer outra pessoa com algum conhecimento do assunto.

Esta é a letra da música "4 More Reasons", da banda Straight Edge belga Nations On Fire. É uma das melhores letras sobre o assunto e sintetiza bem a questão:

>MAIS QUATRO RAZÕES (four more reasons - 1992)

Tenho pensado sobre o que nós dizíamos
Sobre a ignorância com a qual costumávamos pregar o vegetarianismo
Mas conforme os anos se passaram, sempre procurando mais respostas
Minha sede por conhecimento nunca secou
Analisando a indústria da carne
Como ela irá destruir nosso meio-ambiente em poucos anos
É a segunda maior ameaça à nossa terra Logo após um desastre nuclear - isso ninguém nunca ouviu!
Quando a carne é vermelha - 4 mais razões para se preocupar
Descubra onde está o perigo
Razões políticas, econômicas, éticas e de saúde
(políticas) Explorando países do terceiro mundo pela nossa carne
O lobby da carne é poderoso para cacete!
E controla nossas mentes, controla nossas escolas (Econômicas)
Alimentamos nosso gado com a comida que poderia alimentar populações inteiras
Estamos poluindo nosso mundo em nome dos lucros feitos por algumas poucas corporações (Éticas)
Nosso desrespeito pelos animais prova nosso desrespeito pelas pessoas: especismo e sexismo são uma coisa só
(Saúde) E no fim estamos destruindo nossa própria saude Nosso corpo está fora de equilíbrio Eu digo, dane-se sua riqueza!
Quando a carne é vermelha - 4 mais razões para se preocupar Esperimente toda a comida saudável que puder Nós o fizemos e não nos arrependemos Não nos arrependemos!
Quando a carne é vermelha, é a morte de uma criatura inocente.

O que é Veganismo?

Veganismo é o nome dado à postura, adotada por muitos de não consumir produtos de origem animal, seja carne, couro, leite, ovos, gelatina. Os vegans acreditam que esta é a postura mais coerente para quem segue o vegetarianismo por motivos éticos, já que todos os alimentos e produtos de origem animal causam sofrimento aos bichos, danificam o meio-ambiente, e podem ser substituidos por alternativas vegetais ou sintéticas.

"Escolhendo um caminho..."

Se tratando do meio em que vivemos (cena underground) á vários grupos e subgrupos,sendo que cada um segue suas condutas pessoais, éticas, sócias, politicas e etc...
Muitas pessoas concerteza já estão cansadas de saber sobre os textos que colocarei logo abaixo, mais muitas outras não tem a mínima ideia sobre o assunto, dessa forma sanaremos a "sede" de umas e concientizaremos outras que acham que sabem , mais não chegam nem perto disso.....

... a intenção aqui não é em nenhum momento ser "o dono da verdade",muito pelo contrário, pois a muito tempo atrás, quando comecei a me envolver com o hardcore, principalmente por ser de uma cidade do interior, não tinha nenhum acesso a essas informações, e normalmente oque chegava era distorcido por alguém mais instruído no assunto, apenas para seu bel prazer, por isso procurarei colocar aqui as informações da forma mais democrática possível, sem puxar sardinha pra nenhum lado...

Bem vindos!!!


"Sejam bem vindos ao nosso blog, um blog criado para que todos possam dar sua opinião, publicar seus textos, trocar experiências, desde que não queriam fazer desse blog uma forma de disseminar o preconceito, seja racial, sexual, religioso, politico, etc... criando assim uma grande corrente de amizade e conhecimento a todos.........."

Divulgação de bandas novas serão bem vindas apenas com foto, release e link (s)
para que todos possam conhecer a proposta da mesma.....

Caso queiram manter contato e publicar algo, mande seu material para o e-mail abaixo, com nome, idade e cidade onde moram..... se quiserem podem enviar sua foto, assim o pessoal saberá de quem se trata...

contato: tretateam@hotmail.com

Abraçoxxx